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Espreitadelas no buraco da fechadura

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

pilar e madalenna

quando a vi a primeira vez cruzei o meu olhar com o dela. gostei da cor do cabelo dela. ela reconheceu o meu perfume. chama-se pilar. é morena. tem um olhão amendoado, castanho-escuro. é simples. tem um sorriso contagiante mesmo o de simpatia. cabelo cor-de-vinho, comprido. imaginei-a entre mim e ele. imaginei-a comigo na cama. os dias passaram-se e as fantasias foram apenas momentâneas.
mas num dia destes soube logo de manhãnzinha, no trabalho, que o fim-de-semana havera sido arrebatador. na energia electrizante da shakira soube que havera sido tudo muito em cheio na cidade a que os muçulmanos chamaram al-Majrīṭ . a história tinha o zunido das luzes de fundo, e as palavras saíam ao ritmo alucinante das músicas da noite, das discotecas, das últimas sensações, cheirava a alcóol e ao perfume e charme das mulheres, eram ditas palavras específicas como os vestidos para cada uma. naquele jeito dela, corada da história ter sido descoberta lá se ia rindo de embaraço, divertida com a situação ao mesmo tempo. parece-me a mim que nem o rio Manzanares a acalmaria naquelas noches locas
pilar mostrou-me a razão do seu interesse, a conquista casual madrilena. madalenna. surpreendida com a revelação sorri-lhe. nunca tinha conhecido ninguém que assumisse a sua orientação sexual homossexual e nunca esperei que fosse de forma tão descontraída quanto a dela. sorri-lhe mas... se ela soubesse... o porquê do meu sorriso... das imagens que já me passaram pela mente... gosto do cabelo dela. imagino aquela cor dela tão escura, tão forte, o cabelo, ondulado nas pontas, tão suave, imaginei o contraste da cor escura do cabelo dela na minha pele clara. o choque do calor da boca dela nos meus mamilos arrepiados da primeira vez com uma mulher. o olhar dela a penetrar o meu. e eu a ceder-me para ela, abandonado-me a tabus, entregando-me a fantasias. sorrindo ao prazer. imagino-me a chamar por ela baixinho, levando-lhe a mão dela a tocar mais de lado, com calma, com meiguice. e a deixar-me que ela faça como mais gosta. se ela me perguntar o que desejo dela dir-lhe-ei que quero o melhor. mas se ela não me disser nada vou tocar-lhe. quero sentir o perfume do pescoço dela de perto; quero beijar-lhe aquele nervo da orelha e arrepiar-lhe o pescoço, senti-la em pele de galinha. quero sentir-lhe os seios junto dos meus, e o toque da pele morena dela junto da minha tão branca. quero tirar-lhe o relógio adorado para que o tempo pare naquele momento e só estejamos nós duas ali. que só eu sinta as pulsações do seu corpo. quero beijar-lhe os lábios, macios que parecem, e tomar-lhe o sabor na boca. quero-a a ela...
imagino uma amiga em comum de ambas a entrar em cena. como se se tratasse de uma revelação e eis, senão quando, te tentas levantar da cadeira que coloquei propositadamente ao canto, escuro para que pudesses observar tudo e te puder arrebatar sem haver toque. te fazer gemer, te fazer vir para mim... apenas e não só no gemido quente da minha voz abafada pelos cabelos delas mas também no prazer que tenho em tocá-las onde não tocarás tu e queres tanto, que eu sei... não tens como te levantar. pedi-te com carinho que me deixasses amarrar-te no cetim e agora vede o orgasmo que brota de mim com a violência natura de um vulcão em erupção pela primeira vez, perdendo a virgindade. a brutalidade com que expele as ânsias de dentro de si. a autenticidade com que o faz. a dinâmica com o que anuncia. vede meu amor. imagino-me abandonada nos braços delas, entrelaçada nos braços delas, adormecida no prazer delas... amor, dá-me um beijo.