Nesse sábado valeu-me ser um serviço de buffet; permitia debater-me
com aquela novidade debaixo do meu profissionalismo entre talheres e
guardanapos.
Nunca avaliei a experiência de um mènage ainda menos com a
pessoa que amo.
"Bebemos um shot hoje? B52. Dias não são dias e hoje é um dia diferente".
Naquela noite nem as estrelas estavam nos sítios do costume.
04h30 da manha estávamos a encerrar o
bar. O DJ já desligava os cabos quando o convite surgiu para ir lá a casa saborear
a bela da ginja. Não julguei a seriedade
do convite quanto mais que fosse aceite.
A lua, quarto minguante, tinha o céu por sua conta e
beijava-lhe os pés um qualquer planeta que entre Mercúrio e Vénus gosto de optar
pela bela deusa greco-romana.
***
Disfarcei ao máximo o pânico que me assaltava o peito apesar
do linguado que trocámos no bar que ele teve de interromper; fui apanhada a
laço ou assim me sentia. A miúda não tinha mais de dezanove anos e estava
sentada no meu sofá de napa, branco, com o cálice de ginja na mão. Não me
lembro do que tinha vestido mas era preto.
Olhei para ambos, sorri e peguei no único copo em cima da
mesinha de centro. Adoro aquela mesa! Tem um misto de tom wengue que a separa... ou... a une à cor cerejeira - daí em diante o tom
sangue da ginja dos beijos no cristal dos copos denunciaria muito
mais que gula. Sentei-me na ponta do
sofá oposta à deles. Ele levantou-se. Foi fumar.
O fumo saía-lhe dos lábios tão vagarosamente que só o
linguado dela me resgatou para a realidade. Não dava para lhe resistir e os
olhos… ah!... aqueles olhos dela…
1 comentário:
A ginja, ai a ginja... como é difícil resistir! E um belo par de... olhos ;) Soubera eu...
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