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Espreitadelas no buraco da fechadura

terça-feira, 1 de junho de 2010

"- paula, entra querida."

"_ olá..."
ele não sabia o que lhe dizer. as curvas dela insinuadas na penumbra da noite perto de uma janela aberta onde os cortinados se lançavam ao gosto da aragem da noite. parece-lhe um anjo. mas ela nem cara de anjo tinha. e não eram rezas ao anjinho da guarda que o esperavam. respirou fundo. ela não disse mais nada. esperou que ele recuperasse fôlego e sorriu apenas. ele aproximou-se... era de facto uma bela imagem que jamais esqueceria, tinha a certeza. estava nervoso embora não quisesse admitir que nunca tinha sido surpreendido assim por mulher nenhuma e estava longe de saber o que esperar. aproximou-se dela e deu-lhe um beijo ao de leve nos lábios. quando os seus olhos se habituaram à luz da lua que incidia na sua sala reparou nas almofadas no chão, nas velas por acender, nas taças com fruta, um pouco mais à frente a origem da música de fundo e uns frascos de aroma. "planeaste tudo até ao pormenor?!" perguntou-lhe. "- um pormenor só que seja não deve, nunca, ser descurado, todos fazem diferença!" e sorriu-lhe de novo e ordenou que ele se sentasse tal como estava. a música mudou de tom e era agora uma batida pousada mas mais forte. levantou-se. deixou que as suas mãos deslizassem nos pescoços delicados dos gansos e docemente sentou-se na almofada da cadeira como uma menina bem comportada. tinha um cabelo comprido, bem solto, bem delineado a acariciar-lhe o vão das costas... entre o sopro fino do vento na rua que entrava dentro de casa e os movimentos dela à sua frente não soube perceber se a sua pele de galinha se devia a frio ou a tesão. ficou ainda mais nervoso. nunca a tinha visto assim não imaginava sequer que ela fosse capaz de uma coisa daquelas. foi um quarto de hora de pura sedução da parte dela, levantou-se, dançou, mexeu o corpo, tocou-se. veio-se para ele. prometeu mais. gatinhou entre as suas pernas como uma gata vadia e abandonada mas assanhada. ofereceu-lhe um maravilhoso fellatio. gemeu. fez com que ele gemesse até ao fim de se vir. não lhe deu descanso. e ela bebeu tudo até à última gota. foi-lhe tirando peça a peça com os dentes enquanto o arranhava.
ela tinha preparado tudo até ao mais ínfimo pormenor: o cabelo lavado e preparado, as unhas tratadas na manicure e os pés cuidados na pedicure, o corpo besuntado com aquela loção que o deixa doido, o perfume... sussurou-lhe ao ouvido: "- diz-me lá, quando espias a vizinha da frente a gemer, excita-te?" ele ficou atordoado com a pergunta, não sabia o que dizer, estava longe de imaginar que ela sabia. " - humm... não respondes?..."; meio a gaguejar respondeu que gostava das mamas da vizinha a saltar mas que não mais que as dela. "- e dos gemidos dela, também gostas?" ele encarou-a. não percebia que conversa era aquela logo ali. ela fez-lhe perceber que estava a desafiá-lo para algo que estava longe das suas limitações: um ménage: "- paula, entra, querida." paula?! a vizinha?! ele nem queria acreditar. a noite já ia alta, o alcool já fazia efeito, as frutas e os aromas daquela sala além do cheiro da furnicação que estava louco para que se desse... sentia-se a desvanecer nos braços de uma enquanto a outra o mamava e lhe lambia o cuzinho. mas elas tinham uma surpresa para ele. não lhe deram o prazer de se vir com as duas, não tocando-as mas vendo-as a tocarem-se entre si, beijando-se, lambendo o clitóris uma da outra, gemendo, brincando, molhando-se. estavam elas em delírio uma com a outra, quando sem aguentar mais, ele decide bater uma punheta e vir-se para elas, presenteando-as com o seu sémen; foi de tal ordem que nem se aguentou nos joelhos caindo aos seus pés. gritaram os três de prazer mútuo. adormeceram. paula saira. ele acordou meio aparvalhado daquilo tudo. teria sido um sonho? não. ele estava na sala. a cadeira estava lá também, aquela onde ela se roçara. a aparelhagem com o cd, as velas queimadas, os aromas já no fim, as almofadas, as garrafas vazias e tombadas, os cobertores espalhados no chão e o corpo da mulher dele adormecido ainda. levantou-se. tomou um duche. foi à padaria e voltou para casa com pão quentinho; fez-lhe o pequeno-almoço e acordou-a a beijos e carícias. deu-lhe uma flor e fizeram amor como nunca antes.

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