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Espreitadelas no buraco da fechadura

quarta-feira, 26 de janeiro de 2011

balada da neve

Batem leve, levemente,
como quem chama por mim...
Será chuva? Será gente?
Gente não é, certamente
e a chuva não bate assim.

É talvez... a rapariga -
mas há pouco, há poucochinho,
nem uma palavra dizia!
Era a timidez que a conduzia
nos rubores na face do carinho
nesse ninho de amor
quente de quem sente...

Quem bate, assim, levemente,
com tão estranha leveza,
que mal se ouve, mal se sente?
Não é chuva, nem é vento,
alguém crente é de certeza!

Fui ver. A tua boca caía
no meu corpo arrepiado
do azul cinzento do meu olhar,
branca e leve, branca e fria...
a minha pele ao teu toque
tão delicado!

- Há quanto tempo eu desconhecia!
E que saudades, Deus meu!
É possível sentir saudades
do desconhecido?
Olho-a através da vidraça.
Embrulhada no linho.

Passa gente e, quando passa,
os passos imprime e traça
na brancura do caminho...
... esse caminho de prazer desconhecido.

Fico assim olhando esses sinais,
pasmada, 
da pobre gente que avança,
e noto, por entre os mais,
essas gentes mal-amadas.

E os nossos corpos nus, pequeninos,
a manta deixa inda vê-los;
primeiro, bem delineados,
depois, em formas comprimidas,
porque não podia erguê-los!...
a eles, os orgasmos!?

Que quem já é pecador
sofra tormentos, enfim!...
Mas as crianças, Senhor,
Dai-lhes o amor nos passos
da descoberta sem fim!

Léo Azevedo 2006


Porque padecem assim?!...
a pensar mal do proibido
que é deveras bom?
Ergo a voz em fininho -
uma profunda sensação -
entra em mim, fica em mim presa...
 Cede ao meu pedido!!
que tens em ti o dom.


Cai neve na Natureza
- e cai no meu coração.
essa tesão suspensa
da paixão presa,
inocente,
imensa!





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adaptação de Augusto Gil, Luar de Janeiro

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